17 setembro, 2014

Acabou!

     E de repente, numa quarta feira quente de um setembro quase-primavera, eu olhei pra dentro de mim e percebi que o amor acabou!
     O que sobraram foram lembranças boas e ruins e ambas me fazem rir. Rir do quanto era boba, do quanto estava apaixonada, daquele frio gostoso na barriga, do gosto azedo de alguma discussão...
      Ao acessar cada lembrança o que vem não é nada. Meu coração não sente mais vontade de estar lá de novo, mas bate tranquilo, sobretudo consciente, pela primeira vez, de cada porquê.
     É como se eu pudesse ver tudo em reprise: os momentos passando pela minha cabeça como num filme e eu, como espectadora alheia, podendo opinar. Pela primeira vez, podendo me sentir inadequada em cada uma daquelas cenas. E não há nada mais libertador!
     Na oportunidade de me observar na memória como mera observadora de mim mesma, sem o peso e a influência definidora de um sentimento que foi tão forte, eu me dei conta que o amor morreu um pouco todas as vezes que não fui reconhecida nas minhas qualidades, não fui amada apesar dos meus defeitos e não fui perdoada por meus erros.
     Hoje está acabado e indiferente. Não me dá vontade de dançar nem gritar, ao menos vontade de chorar. Está morto!

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