18 novembro, 2010

Homens são de Marte, ou de algum lugar ainda mais estranho....

Incrível como as coisas podem clarear na cabeça derrepente. O interroptor que acionou a luz desta vez, pasmem: foi uma revista dessas de bobagens femininas.
Uma amiga emprestou por conta de um look que eu queria copiar e, numa semana mais tranquila, pós provas finais, tive tempo de folear um pouco mais.
Há alguns anos eu tinha abandonado a ilusão de encontrar nesse tipo de revista, alguma coisa que servisse pra mim. São reportagens quase sempre muito cheias de generalizações e dizeres tachativos sobre você, seu homem, o modo como você faz sexo, seu relacionamento e como ele vai acabar entre outras inutilidades que só fazem você se sentir toda influenciada, como se naum fosse suficiente ter XX para que você tenha um inconsciente cheio de coisas rodando a esse favor - não me levem a mal meninas, mas nós fantasiamos um pouco às vezes. Acontece com todas, ainda com as mais resolvidas.
Mas, deixando de lado os pré-conceitos que eu havia formado sobre as tais revistas, comecei a ler uma reportagem que dizia sobre como o homem está intimidado pelas novas diretrizes estabelecidas nos relacionamentos e na vida das mulheres em geral.
Me chamou atenção o depoimento de um homem de de 33 anos que dizia assim:

"Tenho uma colega que há dois anos dá o sangue por uma promoção, apesar de atraente, a ambição sem limites afasta os caras. Pra namorar uma dessas tem que provar que está a altura e não ficará para trás se ela der um salto de salário. Não acho que as mulheres devem ser submissas ou ganhar menos, mas a postura que assumiram nos desafia num sentido próximo de competição, e não é que esperamos quando nos envolvemos."

Faça-me o favor!
Eu axei que ser independente, bem sucedida e ainda dar conta de parecer bonita e bem cuidada era sexy, não assustador!
Achei que era eu quem estava generalizando desta vez, mas parando para pensar nos homens os quais eu conheço e como o meu sucesso, ainda que iniciante, mas maior que o dele no momento, incomodou o cara que estava comigo a algum tempo atrás quando eu ingressei em um emprego mais promissor, descobri que minha revolta tinha uma certa lógica.
Os homens não sabem mesmo o que querem não é mesmo? Parece que há uma longa distância entre o que eles acham bonito, louvável, e atraente e o que eles realmente querem para si.
Mulheres que são demais, altivas, lindas, bem sucedidas e principalemente independentes são boas para olhar, depois a convivência impõe regras e limites aos quais eles não parecem estar dispostos a aceitar.
E acabam com as Amélias. Modernas, e resignificadas, elas trabalham fora sim, mas sem muito entusiasmo, sonham em ser mães acima de tudo, falam baixinho e não desenrolam tantos assuntos diferenciados, e se dedicam demais a cremes e novos tratamentos de cabelo que encontram nessas revistas.
Aquelas que apagam o passado de maneira espetacular, como se nunca tivesse existido nenhum amor, nem dor antes do agora, e isso reforça o ego masculino que é enraizado e machista, ainda depois da queima de sutiãs e libertação sexual da mulher.
A dependência, em um sentido mais amplo da palavra, se caracteriza mais afrodisíaca, do que todo o aparato que cerca uma mulher independente e segura.
Eles querem ser únicos, exclusivos e querem que nós precisemos deles de alguma forma, e isso não é possivel quando a mulher vive apesar deles.
Depois são mulheres que são complicadas, que são de Vênus, e dizem coisas sem objetividade querendo dizer outra....

Nenhum comentário:

Postar um comentário