Hoje, no momento de descanso, uns dos que tem sido raros ultimamente, eu estava sentada em frente a um jardim e vi algo que me chamou a atenção e me fez refletir: Era uma formiga tentando carregar um pedaço de folha seca.
O pedaço era muito pequeno aos olhos de alguém grande como eu, e a formiga era maior e mais forte em relação às outras do mesmo grupo que estavam ao redor dela. Durante longos e muitos minutos a formiga tentou, tentou, rodeou a folha e tentou denovo, ergueu-a um pouco do chão, e soltou, rodeou, tentou, andou um pouco se afastando, e voltou, rodeou apenas meia folha, tentou... e não conseguia!
A folha era, no final das contas, peso demais para aquela formiga, apesar dela ser forte.
Fiquei incomodada e resolvi ajudar cortando a folha com a minha unha do dedinho, tentando interferir o mínimo para que ela tivesse êxito na tarefa que tanto lhe apetecia.
Porém, na mesma hora em que eu coloquei meu dedo, ainda que tenha sido o mínimo, a formiga desistiu! Primeiro ela correu para todos os lados desbaratinada, parecendo não saber o que fazer, depois encontrou um dos pedaços e depois de uma minúscula interação, desistiu!
Talvez ela queresse mesmo é ter tentado um pouco mais com aquela folha grande.
Depois de tudo, eu associei a formiga a mim...talvez eu esteja querendo carregar peso demais pro meu tamanho de formiga! É tamanho de menos pra trabalho demais, cobrança demais, responsabilidade demais...
Às vezes é preciso reconhecer que a folha é pesada e é necessário cortá-la ao meio para conseguir, para ter mais paz! Deve-se deixar pelo menos uma das partes ir...
Apesar de ser forte, e de todos me lembrarem isso o tempo todo, e apesar ainda de quase sempre dar conta de tudo, eu preciso reconhecer que não é sempre possível. As vezes não é fácil deixar pra lá, deixar que cortem a sua folha ao meio, mas é necessário, porque as vezes a folha é pesada, e deixar pra lá significa escolher você mesmo, escolher o agora em detrimento do depois!
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